sexta-feira, 11 de maio de 2012

Professor Gay é demitido de escola particular. Acreditaram que as crianças poderiam "virar" gays pois gostavam muito do professor.

Apesar do fato de a escola estar mais democrática e tolerante e termos a clareza de que esses novos valores permeiam toda a sociedade, pois reflete nas ações das pessoas ainda temos que presenciar fatos degradantes como estes noticiados pela mídia. Apesar de toda essa nova forma de ver o mundo os homossexuais ainda são vistos com preconceito por uma parcela da sociedade evangélica que, todavia teimam em fazer uma leitura literal e preconceituosa da Bíblia e com isso acreditam que haja uma condenação a essa forma de vida na palavra de Deus, pois querem buscar na Palavra o que referende sua forma de ver o mundo.
Senti a necessidade pedagógica de esclarecer que as pessoas diagnosticadas pela medicina como portadoras da transexualidade não devem ser consideradas gays, pois o caráter de não identidade com o gênero orgânico não é homossexualidade. Em última instância o transexual se sentirá atraído sexualmente por uma pessoa do mesmo sexo não no sentido psicológico, mas físico justamente por possuir uma identidade de psique distinta daquela biológica e não como no caso do homossexual que sua natureza se identifica com o mesmo sexo por uma função orgânica e psicológica natural. O apóstolo Paulo aborda essa questão da natureza de uma forma muito orgânica tornando-a de difícil compreensão mesmo para teólogos modernos que analisam os textos históricos com olhares ampliados pela visão das novas descobertas. Leituras literais então nem devemos considerar pois são desastrosas.
Segundo Fernão Barbosa Riezo em sua obra Prática do Estatuto da Criança e do Adolescente. (18ª. Ed. Trade Book Editora. São Paulo. 2011.pp.:242-243), “A homossexualidade não é mais considerada doença, não torna a pessoa agressiva e nem é opção consciente do indivíduo. Segundo o psicólogo Roberto Gama, citado por Marilene Silveira Magalhães, homossexualidade é fruto de um pré-determinismo psíquico primitivo, também estudado a partir das contribuições da etiologia sob a denominação de imprinting (grifo do autor), originado nas relações parentais das crianças desde a sua concepção até os 3 ou 4 anos de idade. (...) A pessoa não é boa ou ruim, bom caráter ou mal caráter porque é homo ou heterossexual. Não existe um determinismo psíquico. Cada um é um ser único e não se pode rotular a pessoa por sua orientação sexual. (...) ... é bom deixar claro que ninguém se torna homossexual por ser amigo ou freqüentar a casa de um filho de pessoal com orientação homoafetiva. A sexualidade se forma muito mais por aspectos psíquicos internos individuais, que não podem ser controlados, do que por aspectos externos. Conviver com o homoafetivo é uma forma de aprender a lidar e respeitar as diferenças individuais, o que será muito útil à criança quando ela se tornar uma adulto.” Ou seja, que não existe possibilidade de uma pessoa homossexual ser tratada como doente e muito menos se esperar um milagre de cura, pois Jesus não vai perder tempo tentando curar alguém que não é doente. Quem insistir em dizer que devemos orar para Deus curar os homossexuais e transformá-los em heterossexuais no mínimo está agindo de forma preconceituosa.
Aquela escola que demitiu o professor homossexual perdeu a oportunidade de educar as crianças para o convívio com o diferente e ao contrário estimulou o preconceito da não aceitação do outro de forma tolerante, ou seja, prestou um desserviço para a sociedade quando estimulou a violência; o que temos visto é que garotos de classe média e que possuem uma boa educação escolar agridem pessoas diferenciadas e estas imagens são ocasionalmente mostradas pelos meios de comunicação. O que faremos enquanto educadores?
Assistir passivamente estas demonstrações de preconceito e ignorância da realidade não é posicionamento aconselhável a um educador e é enquanto pedagogo e filósofo que me posiciono e dou minhas opiniões, pois acredito que as pessoas não são más, não são possuídas por um demônio de morte e destruição do outro, mas somente ignoram as informações sobre o tema por trazerem de suas convicções pessoais e religiosas conceitos pré adquiridos de forma equivocada e fruto de leituras parciais e insuficientes da realidade.
Os homossexuais (designados como gays) estão contentes com o corpo que possuem. As pessoas que enfrentam dificuldades para se identificarem mentalmente com a fisiologia de seus corpos são na verdade portadoras de uma sexualidade diversa daquela do corpo e nestes casos a medicina e a psiquiatria concordam com a intervenção cirúrgica. Graças à evolução da nossa moral social é que hoje essas pessoas adquiriram o direito de serem atendidas pelo sistema público de saúde (SUS) assim como qualquer outro cidadão que precise de qualquer tipo de atendimento. Se o atendimento no sistema publico de saúde é precário no Brasil não é culpa dos gays e sim fruto de uma realidade de abandono e de relaxamento social onde os cidadãos não atuam politicamente na defesa de seus direito a um atendimento melhor.
Tenho a convicção de que a função da faculdade que estamos é promover a pesquisa cientifica para embasamento de uma sociedade tolerante e humanamente preparada para o convívio harmonioso embasado no amor cristão. E é neste sentido que as pessoas podem opinar de forma clara e livre de conceitos e preconceitos do experimentalismo. Porem de certa forma somos influenciados por pessoas que, por acreditarem que agem de forma bem intencionada, acabam passando a idéia equivocada de que somos uma instituição conservadora e homofóbica.
O ser humano tende a sentir medo daquilo que não conhece e demonizar o homossexual é comportamento de quem não sabe nada a seu respeito. Percebo por exemplo nas falas dos pesquisadores às vezes uma postura e sinal de ignorância do tema quando ao invés de dizer homossexualidade, por exemplo, usam a palavra homossexualismo, termo que caiu em desuso por indicar uma forma antiga de preconceito já que não há um heterossexualismo. Confusões entre transexualidade e homossexualidade e travestismo.
O desconhecimento do tema acude para uma leitura ou interpretação da realidade e de mundo, mesmo dos textos sagrados, de forma preconceituosa e anacrônica não condizente com a postura de educadores, mesmo revelando um posicionamento infantilizado e de expressão de limitação de conhecimento. E é neste sentido que a liberdade para a pesquisa deve ser promovida, pois assim nossos pesquisadores poderão defender posições claras e idéias abrangentes e de promoção social harmoniosa em busca de uma sociedade realmente cristã onde o respeito pelo outro esteja em todos os espaços.
Foto: Cunny Janseen. Teeran 2004.

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